Os crimes contra sobrinhas, uma de 14 anos e outra 11 anos, ocorriam nas dependências da residência da família / Foto: Divulgação/PCRR /
Em ação rápida e coordenada, a PCRR (Polícia Civil de Roraima), por intermédio da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), cumpriu na tarde desta quarta-feira, 25, um mandado de prisão contra R. A. B. F., de 28 anos, investigado por estupro de vulnerável e importunação sexual contra duas sobrinhas, sendo uma de 14 anos e outra 11 anos. Os crimes ocorriam nas dependências da residência da família.
Às investigações estão sendo presididas pelo delegado adjunto da DPCA, Matheus Rezende. Segundo ele, a denúncia foi apresentada no último dia 23 de junho pela mãe da criança de 11 anos, em companhia da vítima e de sua sobrinha de 14 anos, na delegacia.
“O Conselho Tutelar foi acionado após relato feito na escola, que levou o caso à Polícia Civil. O crime já vem ocorrendo desde quando a família morava na Venezuela”, disse o delegado.
Foi apurado, por relatos de uma das vítimas que quando residiam na Venezuela, o acusado já praticava abusos contra a menina de 11 anos quando ela tinha apenas 8 anos, aproveitando momentos indevidos.
“Ele atraía a vítima, chamando-a para caçar pássaros no sítio da família, ocasião em que cometia o crime”, disse.
A sobrinha de 14 anos relatou que o suspeito realizava ameaças para que não denunciassem os fatos.
Segundo o delegado, o ambiente compartilhado intensificou o medo das vítimas, que convivem com o suspeito na mesma residência.
“O caso foi denunciado na escola das vítimas, que acionou o Conselho Tutelar e, posteriormente fomos comunicados. Representamos pela prisão do suspeito, pois as vítimas estavam sendo constantemente assediadas, importunadas e ameaçadas pelo suspeito”, disse o delegado.
Na tarde desta quarta-feira o mandado de prisão foi expedido e imediatamente foram empreendidas diligências para prender o suspeito. Ele foi localizado e preso quando fazia uma entrevista de emprego em um supermercado, no bairro Alvorada, zona Oeste de Boa Vista.
“A prisão, em apenas dois dias após a comunicação na Polícia, só foi possível graças à articulação rápida entre escola, Conselho Tutelar, Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário, evidenciando eficácia da rede de proteção infantil em Boa Vista. Assim como em casos anteriores, executados em tempo recorde pela DPCA, é resposta rápida e necessária para cessar, assim, a violência contra essas vítimas”, disse o delegado.
Matheus Rezende complementou que há indícios robustos para enquadrar o suspeito pelos crimes de estupro de vulnerável e importunação sexual.
“A investigação continua, com coleta de provas e depoimentos para garantir que a justiça seja aplicada.”
O investigado será apresentado nesta quinta-feira, dia 26, na Audiência de Custódia.
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EMBOSCADA
Suspeitos de homicídio e tentativa de duplo assassinato são presos em operação da PCRR
Uma investigação da PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio da DGH (Delegacia Geral de Homicídios), unidade vinculada ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), resultou, na manhã desta quarta-feira, dia 25, na deflagração da Operação Emboscada, com o objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão temporária contra dois suspeitos de participação em um homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio ocorridas em abril deste ano, em Boa Vista.
De acordo com informações prestadas pelo delegado da DGH, que preside as investigações, Jean Daniel, foram alvos da operação a mulher H. S. P., de 22 anos, e D. D. M. A., de 30 anos, investigados pelo assassinato de I. K. A. de S., de 21 anos, e pela tentativa de homicídio contra A. C. C., de 23 anos, e um adolescente de 17 anos. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara do Tribunal do Júri e da Justiça Militar da Comarca de Boa Vista.
Dinâmica do Crime
De acordo com as investigações, o crime ocorreu na madrugada do dia 13 de abril de 2025, por volta das 2h20min, no bairro João de Barro. Na ocasião, as três vítimas estavam reunidas na residência de I. K. A. S., quando o suspeito D. D. M. A. chegou ao local com a justificativa de comprar drogas. De forma repentina, ele sacou uma arma de fogo e efetuou disparos contra I. K. A. S., que morreu ainda no local. Em seguida, tentou alvejar os outros dois jovens.
A. C. C. foi atingido no rosto, sofreu fratura maxilar e lesão ocular grave. Já o adolescente de 17 anos, conseguiu escapar ileso, pois a arma aparentemente falhou. O laudo do exame cadavérico confirmou que a vítima fatal morreu em decorrência de traumatismo crânio-encefálico grave causado por arma de fogo.
Investigação Detalhada e Identificação dos Envolvidos
Segundo o delegado Jean Daniel, a equipe da DGH conduziu uma investigação minuciosa, utilizando técnicas de inteligência policial, oitivas de testemunhas e exames periciais. As vítimas sobreviventes reconheceram o autor dos disparos, mesmo após ele ter tentado alterar sua aparência para dificultar a identificação.
Durante o levantamento de informações, surgiram indícios de que o crime teria ligação direta com o tráfico de drogas. A vítima fatal, era conhecida como usuário e vendedor eventual de entorpecentes. Sua companheira, H. S. P., também estaria envolvida na atividade ilícita, sendo apontada por testemunhas como responsável pela movimentação de drogas na residência do casal.
A “Casinha”: Indícios de Emboscada Premeditada
Um dos pontos mais relevantes da investigação envolve o possível envolvimento de H. S. P. na execução do próprio companheiro.
Inicialmente ouvida como testemunha, ela alegou ter saído de casa, a pedido da vítima, para comprar um refrigerante, momentos antes do crime. No entanto, essa versão foi contradita por uma das vítimas sobreviventes.
Imagens captadas durante as investigações mostraram que H. S. P. e D. D. M. A. teriam se cruzado durante o trajeto, instantes antes do ataque. A sequência temporal e a chegada do atirador, menos de um minuto após a saída dela, levantaram suspeitas de premeditação.
Informações adicionais, obtidas durante a investigação, sugerem que o casal teria tido uma briga conjugal dias antes do crime, e que H. S. P. pode ter articulado uma emboscada com o executor, possivelmente ligada a uma facção criminosa de origem venezuelana.
Prisões e Flagrante por Tráfico de drogas
Os mandados judiciais foram cumpridos nos bairros Cidade Satélite e João de Barro, em Boa Vista. Durante a operação, H.S. P. foi presa em flagrante por tráfico de drogas, o que reforça a principal linha de investigação da DGH.
Os dois alvos presos serão apresentados nesta quinta-feira, dia 26, na Audiência de Custódia.
“A Operação Emboscada é resultado de um trabalho técnico, comprometido e célere, por parte da equipe da DGH. Em menos de três meses conseguimos reunir provas robustas, identificar os envolvidos e dar uma resposta firme à sociedade. Acreditamos que o crime foi motivado por conflitos ligados ao tráfico, e que houve uma emboscada premeditada com a participação direta da companheira da vítima”, afirmou o delegado Jean Daniel.
Operação Emboscada – O nome da operação faz referência à possível “casinha” (termo usado no meio criminal para designar emboscadaarmada por H. S. P. na noite da morte do marido dela.
DA REDAÇÃO