Presença de mercúrio nos rios deve provocar aumento no preço do pescado em Roraima, alerta economista

Fábio Martinez: "Essa é uma situação complexa e que pode ter um impacto muito negativo na economia" / Foto: Folha BV /

A notícia da comprovação da contaminação por mercúrio de peixes capturados em rios de Roraima pode mexer no bolso do consuidor, com o aumento no preço do pescado comercializado em feiras e mercados, principalmente de Boa Vista. O alerta é do economista Fábio Martinez, que considera essa situação como "preocupante".

"A gente sabe que existe o garimpo ilegal e a utilização do mercúrio é de forma predativa acaba contaminando os rios e, consequentemente, todos aqueles que dependem deles: os peixes e as pessoas que que utilizam o rio. Então, isso sim pode ter um impacto significativo em relação ao pescado", afirma.

Conforme Martinez, grande parte do pescado comercializado em Roraima é de cativeiro, mas o grosso do consumo da população é oriundo dos rios, o que pode influenciar no preço.

"Parte do pescado daqui é de cativeiro, mas muitas vezes ele acaba atendendo basicamente restaurantes. Geralmente o peixe comercializado nas feiras é o pescado nos rios locais. Então, poderá sim ter um aumento no preço do pescado por conta da escassez desses desses produtos", analisa.

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Ainda conforme o economista, a contaminação dos rios também pode impactar diretamente no bem-estar e na saúde da população ribeirinha, sobrecarregando o sistema de saúde do Estado e dos municípios. "Essa é uma situação complexa e que pode ter um impacto muito negativo na economia", aponta.

Todo negócio importa para a economia

De acordo com Fábio Martinez, apesar de o setor pesqueiro de Roraima não ser tão desenvolvido como em outros estados, a preoupação existe e deve ser levada em consideração, porque todo negócio importa para a economia, seja ele grande ou pequeno.

"Não existe negócio pequeno ou grande quando se trata da economia. Todo negócio é importante, mesmo aquele menor, porque ele gera uma renda e, principalmente, para aquelas pessoas com com situação econômica mais fragilizada porque, às vezes, aquilo é o único meio de subsistência da família. Então, a gente está falando de uma atividade relevante para aquelas pessoas que acabam até deixando de ganhar pão de cada dia por conta dessa situação dos rios aqui de Roraima", enfatiza.

WIRISMAR RAMOS - da Redação (e-mail: opinativa.net@gmail.com)