SETEMBRO AMARELO: Idade é levada em conta na prevenção ao suicídio

A campanha Setembro Amarelo chama a atenção para a prevenção ao suicídio / Foto: Divulgação /

Nós estamos envelhecendo. E esse fato pode ser um ponto de preocupação porque é justamente entre as pessoas com 70 anos ou mais que as taxas de suicídio são maiores. Em quase todo o mundo. E aqui no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, não é diferente.

Leila Herédia, do Centro de Valorização da Vida, diz que, apesar das ligações para lá serem sigilosas, ou seja, não se questiona a idade da pessoa que está em busca de ajuda, de um aconselhamento, o que se observa nesses telefonemas é um sentimento comum.

“Angústia, preocupação, tristeza, a frustração de não poder levar uma vida como gostaria, tristeza por levar uma vida como gostaria, por perder pessoas queridas ou mesmo por perder uma vida que tinha e não tem mais. Então esses têm sido os sentimentos mais comuns e mais recorrentes digamos assim. Esses sentimentos podem sim contribuir para o aumento de casos especialmente nas pessoas mais velhas", diz.

Mas, quais são os fatores de risco? Rita Cecília Reis psiquiatra e médica assistente do Ambulatório do Projeto Terceira Idade, em São Paulo, cita que entre eles estão o difícil acesso à saúde e a depressão que no idoso tem sintomas diferentes daqueles apresentados nos adultos, podendo até vir disfarçado de outro tipo de dor. Para a médica, a falta de uma política de saúde e a violência contribuem para o aumento de casos.

"O abandono, nós temos muitos idosos abandonados pela saúde. E nós não temos locais para acolhê-los. Nós não temos uma política de saúde para os idosos infelizmente e tem aumentado também, significativamente, a quantidade de violência contra os idosos. Isso é uma coisa que a gente tem visto. A quantidade de violência aumenta, e a quantidade de suicídio também tem aumentado proporcionalmente", relata.

A psicóloga, Claudia Weyne com doutorado sobre o tema “suicídio de idosos em municípios do Rio Grande do Sul” aponta, além do abandono, outras causas até mesmo a falta de dinheiro para comprar remédios.

“As doenças incapacitantes, a dor crônica, a solidão, a escassez dos recursos financeiros, que às vezes nem consegue comprar a medicação necessária. Quando a gente fala em suicídio  ele é um fenômeno muito complexo. A gente nunca pode pensar em uma única causa. Ele sempre será a sobreposição de vários fatores", conta.

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública. Em 2019, foi aprovada a Lei que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio aqui no país. E se existir algum fator de risco, quais os sinais de que o idoso precisa de ajuda? A gente fala sobre isso na próxima reportagem. Quer ajudar? Está precisando de ajuda? Anote ai: CVV, no 188 e site cvv.org.br, Caps, UPA 24 horas e SAMU são alguns serviços.

*Com Produção de Rosemary Cavalcanti e sonoplastia de Messias Melo

FONTE: RADIOAGÊNCIA BRASIL
Categoria:Saúde

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